quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Preciso...

Eu preciso manter meus pensamentos afastados de coisas impossíveis.
Aprender a ser eu só e não me importar tanto em estar perto de pessoas que nem sequer notam que eu existo; nem sequer sabem o que eu sinto por elas e mesmo sabendo não estando nem aí para o fato.
Preciso ser mais eu; apreciar a mim mesmo porque a minha companhia é suficientemente reconfortante.
Preciso mudar meu hábitos e focar minhas necessidades em coisas realmente válidas; coisas que possam ser lembradas como momentos que valeram a pena; momentos de felicidade e não de angústia.
Preciso aproveitar melhor o meu tempo, não colocando-o em função do tempo dos outros. Ajustar meus ponteiros na direção horária, mesmo que não seja em horário de verão - saberei que mesmo estando uma hora atrás dos outros, o tempo também chegará para mim.
Preciso tanto...
Preciso apenas...
Quem não precisa de qualquer coisa que seja, afinal?
Pensar assim me faz sentir menos solitário.
Sei que por aí tem alguém que precisa tanto ou mais do que eu...
Sigamos precisando então...
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segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Chuva, chover

Senti aquilo que dizem ser um devá vu.


Eu nem vi, nem tampouco presenciei a cena, mas é como se eu estivesse lá. 
Uma amiga costuma dizer: Há coisas que não precisamos ver com nossos próprios olhos, simplesmente porque a descrição é tão detalhada que nos faz viver tudo aquilo em nossas mentes.
Como se fossemos os personagens daquela história.
Nos dá então a sensação de vulnerabilidade.
Eis então: Era uma noite qualquer e eu era muito pequeno, mesmo. Lembro quando ele despediu-se de mim e sorriu pra minha mãe. Lembro também que chovia muito, como chove agora e talvez por isso eu esteja recordando de tudo no presente momento. Lembro, ainda mais, que era madrugada quando minha mãe recebeu a notícia e daí então não lembro de mais nada.
As únicas lembranças que restaram foram: A nossa casa sendo preparada para um festa, os móveis novos chegando, o tom de alegria e o clima de família. Minha mãe estava radiante enquanto varria a casa do jeito único - ela nunca foi muito boa em qualquer atividade que exigisse paciência, por isso o chão estava ainda sujo como  se a areia ainda estivesse lá. Ele estava esperando as bebidas chegarem e minhas tias idem. Nesse dia, tudo parecia ser eterno, mas foi justamente nesse dia em que eu aprendi que nada é para sempre.
Então eu me recordo agora da minha mãe contando como se nunca fosse esquecer:
Ele estava viajando junto de outros policiais, num dia chuvoso e então, de repente, o carro virou-se levando apenas a sua vida. Ele era o meu pai - padrasto, como queiram dizer. Para mim, era meu pai, tão mais intenso que o verdadeiro e hoje eu percebo que era isso o que ele realmente era.
Eu não sei por que motivo chuva sempre lembra dele, mas hoje pareceu que tudo foi bem mais intenso do que nas outras vezes. Pelo simples fato de que viajei enquanto chovia e tudo remetia bastante ao acontecido e a imagem dos policiais me fizeram lembrar mais ainda dele.
Espero que um dia eu consiga associar chuva a algo bom.
Porque até hoje, toda vez que chove, minhas mãos ficam frias como se tudo aquilo fosse acontecer novamente. Como uma espécie de trauma que eu jamais irei superar.
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