quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

vida real, tá?

(texto escrito em 2009, achei aqui fuçando)

algumas mudanças de vida são, relativamente, assustadoras.
vendo um filme tosco, onde uma adolescente chora arrependida por estar grávida, me veio, de repente, toda a realidade que rodeia jovens que vivem a mesma situação que ela. desesperada, começou a lamentar o fato, não muito contente, e jogar no ventilador todos os seus pensamentos exagerados, porém realistas.
“daqui a pouco eu serei só mais uma gorda vestida num jeans barato”
dramático, porém genuíno! é a triste realidade da maioria das jovens que perdem sua virgindade, inocência e a cabeça com o, tolo, amor efêmero; que de tão efêmero, acaba quase sempre que o cara descobre a notícia de que será PAI.
"pai? eu?" 
mas nem tudo é tão ruim assim. nem sempre o pai dá um fora e finge não estar vivendo aquele pesadelo. muitos, até, assumem e o lindo casal de pombinhos se casa, fazem um puxadinho na casa da sogra começam a viver da ajuda dos parentes. ou, então, o cara 'sortudo' vai trabalhar, labutando, num emprego comercial, desses de oito horas diárias, levando uma quentinha, pra poupar caminhar, no sol do meio-dia, até em casa e, pior, sabendo que tem que voltar pra merda daquele emprego maldito e escravo.
mudanças desse tipo são, sim, assustadoras. quando esse mesmo cara, o cara 'sortudo' que assumiu a paternidade, olha pro lado e descobre que sua mulher está vinte quilos mais gorda, cheia de celulites e estrias do parto e agora tem um bebê, chato, que chora sem parar enquanto, ele, tenta superar a insônia, por apenas saber que no dia seguinte terá que acordar seis da manhã, comer seu pão com manteiga sem graça e ir de novo pra aquele maldito trabalho, vivendo, aparentemente, nessa rotina sem fim.
e assim o tempo passa. ele não pode arrumar um emprego melhor, pois, simplesmente, mal terminou o segundo grau e sua mulher, desfigurada de gorda, não consegue nem arrumar um emprego de vendedora, pois, pra quem não sabe, nos comércios de hoje em dia, a imagem é o que vale... e a dela não está valendo nada a essa altura.
mas nem tudo está perdido. o cara, o 'sortudo', começa a viver de esperança; deixa de comprar o pão do café da manhã pra fazer uma fezinha na loteria, fazendo planos antes mesmo de jogar, mas com um novo lema de vida: ESPERANÇA SEMPRE. e é isso o que vale, nos seus pensamentos, a esperança é o seu motivo mais forte pra continuar aguentando as piadinhas, sem graça, do seu patrão idiota, que faz questão de contar vantagem conversando sobre o seu novo conversível e sua linda, e maravilhosa, mulher que com certeza só está com ele por dinheiro.
então, a mulher maravilhosa do patrão, começa a frequentar a loja e dar em cima do cara 'sortudo', pobre coitado, que não é de se jogar fora e ele não resiste, porque, enfim, aquela mulher é como um bônus em meio a tanta falta de 'sorte' e começa a ter um caso extraconjugal com aquela vadia insaciável, esquecendo apenas um detalhe: ele é pobre. e, como diriam os sábios ditados populares, alegria de pobre dura pouco, então, enfim, ele é descoberto, demitido por justa causa e, como consequência, perseguido profissionalmente pelo seu ex-patrão (agora corno conformado) que acredita que sua mulher foi seduzida por esse cara 'sortudo' que não pode nem usufruir do seu, merecido, FGTS.
seu casamento vira um inferno, ele começa a catar latinhas no meio da rua e a amassar as próprias latinhas de cerveja que bebe pra vender depois. envelhece, cria a temida barriguinha de cerveja, o cabelo começa a cair e nem se aposentar o cara 'sortudo' pode porque não tem idade ainda. seu filho começa a se drogar, a mulher, a sofrer de hipertensão e, impossibilitada de fazer algo que preste, consegue um auxilio no INSS pra salvação da família. o filho causador de tudo isso, não bem ele, é claro, engravida uma mocinha, repetindo, assim, toda a mesma historia do pai, mas dessa vez o terreno não tem mais lugar pra fazer puxadinho e eu não quero nem saber o que vai acontecer com ele... ele que se vire...
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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

rua vazia de gente.

então, depois de muito tentar dormir, levantei.
exausto de insistir, suspirei mais uma vez e me agarrei ao amor que sinto por mim.
no meu universo enquadrado, vi a rua vazia, não muito diferente do vazio, do vai e vem, das pessoas. era aquele vazio confortante, incapaz de me submeter a solidão, parecido com o outro.
não era uma sensação, apenas.
tudo estava meio vazio, mesmo. até o céu, de poucas estrelas, parecia estar me encarando, como um telespectador, faminto de novidade, esperando algum motivo pra continuar me dando a audiência merecida.
vontade, infelizmente, frustrada, eu sei.
até o vento parecia ter me abandonado de tanto silêncio, do toque, quase imperceptível, na minha pele. parecia estar disjunto de mim, até mesmo nos passos repetitivos, no escuro, que costumava dar sempre que me via nesse transe de, enfim, estar sozinho, mais uma vez.
nada acontece, apenas eu aconteço. a minha mente acontece, trabalha, sintetiza e complica tudo novamente, como um mecanismo criado pra me nutrir de coisas novas. capaz de me fazer ver que basto pra mim. que sou suficientemente, complicado para viver em conjunto.
eu sou um conjunto, mas não sou vazio.
embora tenha motivos, mais do que convincentes, para tentar torná-lo assim.
então, ouço aquela música e ela toca o meu coração. e sei que, por mais estranho que eu pareça, mais singular serei. e eu gosto disso, prefiro ser visto de canto de olho, do que apenas como mais um, desses que passam pela vida sem motivos para serem lembrados.
lembre-se, posso estar sozinho, mas não sou solitário.
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sábado, 23 de fevereiro de 2013

em chamas

o relógio marca a hora certa, mas eu sei que não estou ajustado com os ponteiros.
o tempo certo corre e parece voar, criando asas, desbravando céus. o meu parece passar num intervalo desacelerado, tictaqueando numa frequência cada vez menor, me encaixando num lugar que não me pertence.
eu estou em chamas e quero incendiar tudo, mas algo parece me conter. 
um sentimento que me prende nesse marasmo de coisas iguais; dessa rotina entediante que aparentemente me afunda, afoga nesse mar de sentimentos ruins. 
eu só queria ser o mesmo de antes, eu só preciso ser. 
processar tudo numa velocidade extraordinária era o meu dom.
eu só quero filtrar a minha vida, matar a minha sede dela e absorver as partes boas, deixando as ruins de lado, as experiencias que não foram lá muito boas, as noites que chorei, os dias em que me coloquei em segundo lugar, dando o primeiro a quem não merecia, mas que, apesar de não terem sidos tão bons, esses momentos me ajudaram de alguma maneira a não continuar sendo tão inocente quando o quesito em questão é um relacionamento a dois.
há vida lá fora, há luz brilhando, ás pessoas estão queimando e se destacando.
eu quero ser como essas pessoas e eu sei que posso. 
eu estou queimando, estou em chamas e preciso mostrar minha luz para o mundo. fazer com que vejam que eu também posso brilhar, ao invés de ficar preso a sentimentos de mágoa.
quando, um dia, eu conseguir sair desse casulo, será o que dia em que a minha luz ofuscará qualquer outra estrela que possa haver no meu caminho.

eu espero.
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argumentos

[...] atrás de palavras duvidosas, existem grandes certezas. [...] muitos falam de Deus, mas a maioria deles se identificam muito com o Diabo [...] ás pessoas deviam valorizar mais aqueles que te dão um valor maior do que merecem [...] perfeição e santidade são grandes adjetivos, porém, alguns tentam banalizá-los porque simplesmente nunca serão nenhum dos dois [...] todos são julgados, a diferença é que alguns não tem motivos para serem condenados [...] Deus é santo e perfeito, devíamos nos inspirar mais nele, ao invés de tentarmos justificar nossos erros dizendo que nunca seremos bons o suficiente [...] algumas coisas só incomodam a gente, quando, de alguma forma, nos sentimos atingidos por elas [...] errar tento consciência do erro, nos tira qualquer forma de perdão [...] errar pensando em se arrepender e em ser perdoado, é o mesmo que se iludir com promessas impossíveis.

o que saí da minha mente quando estou argumentando com alguém.
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insanos


[...] talvez eu seja o meu maior oponente nesse jogo chamado amor [...] a minha inspiração se resume em apenas uma palavra: você [...] amar sem esperar nada em troca nunca foi uma tarefa fácil, amar sabendo que nunca terá nada em troca é menos fácil ainda. amor próprio? obrigado por me fazer tentar ser mais eu, mas, talvez, um dia, você sinta falta da minha versão idiota [...] talvez não seja assim tão bom ter alguém que te de tanto carinho e amor, porque parece que esse tipo de gente sempre fica em último lugar na sua escala de atenção [...] parece que o meu cérebro parou de funcionar no dia que  te conheci [...] eu preferia ser um conjunto vazio, do que cheio de motivos pra tentar torná-lo assim [...] os motivos foram muitos, mas o meu amor parece ter superado qualquer obstaculo que me impedisse de desistir [...] parece que respirar e ter você são essenciais para a minha sobrevivência [...] eu morri por um bom tempo, mas ter te encontrado me fez voltar a vida [...] ver você feliz também me faz feliz, desde que eu seja o motivo de tal felicidade [...] hoje eu entendo que ser egoísta não é um defeito totalmente ruim, porque parece que eu não sei dividir o seu tempo com mais ninguém  além de mim [...] eu odeio deixar o meu orgulho de lado, mas se isso significa ter você mais pra mim, eu abro mão dele e de qualquer outro que impeça [...] não gosto do segundo lugar, mas tenho que admitir que gosto muito mais de você [...] eu sei que um dia vou aprender a não abrir mão de mim pra te dar o topo do pódio.
...

pensamentos insanos que povoam a minha mente, quando me apaixono.
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sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

decifrei-me.

acabei provando que me conheço em muitos aspectos. 
como às minhas crises existenciais e de choro, meu hábito de não conseguir dormir na hora correta, de virar à noite na internet, de sofrer por amores que me magoam e que me fazem parecer uma pessoa fora de órbita, tentando encontrar algum sentido em qualquer lugar que seja, talvez até na lua. 
pessoa da lua, eu sou. 
lunático, extremo, acolhedor, simples. 
sou pessoa capaz de sentir dez vezes mais do que as outras e ainda assim não ser nem um terço feliz como elas.
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paixões

[...] Existem pessoas iguais, inconsequentes, responsáveis, inteligentes, fisicamente idênticas até, mesmo que não sejam parentes de sangue; mesmo que por obrigação o destino às tenham colocado na mesma família, somente para provar que laços de sangue não significam nada quando essas mesmas pessoas não sabem cultivar uma relação, fazer desenvolver um sentimento maior do que o amor, crescer como uma planta regada dia-a-dia, fazendo desabrochar uma flor que exala respeito e confiança; um sentimento que suplanta qualquer paixão banal, dessas que temos, hora ou outra, na vida e que parecem ser infinitas, eternas, imutáveis. Paixões avassaladoras que nos fazem esquecer dos outros, abandonar o nosso caminho, nossas amizades, nossa base de tudo. Paixões que apesar de parecerem tão grandiosas, por incrível que pareça, acabam, e no fim de tudo percebemos que não são essas paixões as que irão durar pra sempre.
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