terça-feira, 31 de julho de 2012

lembranças

como se fosse a sua primeira vez, se entregou de corpo e alma aquele momento.
seu coração parecia querer sair do seu corpo, palpitando em batidas frenéticas, tais como as dele.
tentando disfarçar qualquer sinal de nervosismo, em vão, claro, sentado naquela cama, podia enxergar a vontade em seus olhos e a rebeldia maior do que a inexperiencia; ouvir a sua respiração ofegante, sentir o seu hálito quente e prever aonde tudo aquilo iria parar.
"é a sua primeira vez?"
"não, já fiz muitas outras, já até perdi as contas."
"está bem, então" respondeu, mas sabia que não era bem assim.
"me beija"
"claro, queria muito fazer isso"
os lábios vermelhos tocaram-se aos seus..
e tudo começou ali, em meio aquelas imagens sombrias. a luz do sol penetrando por entre às brechas da janela antiga, pintada de marrom, uma tinta velha que descascava pouco a pouco a cada dia que passava. às fotos pregadas na parede, o móvel escuro e os livros empoeirados.
parecia que tudo aquilo tinha se moldado num castelo; um castelo de amor e desejo.
"assim?"
"é" respondeu no contato mais íntimo. dispostos sobre a cama, gravando seus nomes na eternidade daquele momento tão bom, que deveria nunca ter acabado.
"posso te beijar, de novo?"
"já não nos beijamos? por que a pergunta?"
"não sei se você gostou do meu beijo"
"claro que gostei, é carinhoso, é lindo"
"você é especial"
"é a primeira vez que ouço algo assim"
"porque talvez seja a primeira vez que você tenha encontrado alguém capaz de te ver do jeito que você realmente é"
"obrigado"
"posso continuar?"
"claro, mas vai devagar"
"sim, não vou te machucar"
"eu sei disso, eu já confio totalmente em você"
"e desde que eu te conheci, esperava por esse momento"
...
consumado, feito.
amaram-se como se fosse a última vez.
era assim, cada momento parecia o último.

lembranças de um amor intenso...


Enviar para o Twitter

terça-feira, 24 de julho de 2012

"nós dois"

“você jura que nunca vai me abandonar?”
perguntei, no quarto escuro, deitado no seu peito, num sussurro baixinho que só nós dois e ninguém mais poderia ouvir.
numa tentativa frustrada, esforçava-me para não deixar cair nem uma lágrima insistente, nem transparecer o meu desespero. seu cheiro me torturava, sua boca me tentava, sua respiração me acalmava. diferentemente dos meus pensamentos insanos que fluíam como sangue jorrando de uma traquéia dilacerada.
“não posso jurar, não sei o que seremos daqui a alguns anos, meu amor.” você respondeu e a insegurança aumentou em meu peito. “por que a gente não vive o agora, se beija agora, se ama agora? pra quê apressar tanto as coisas ou pensar num futuro tão distante? de uma coisa eu posso te garantir. eu te amo. e amo hoje, agora, amanhã. daqui a alguns anos? será que não vai ser você o primeiro a esquecer de 'nós dois'?”
não, eu nunca teria sido o primeiro a esquecer de "nós dois", quando na verdade, eu nunca poderia esquecer de nada que me lembrasse você.
e eu te perdi.
e a depressão tomou conta de mim. e o ar sumiu da minha atmosfera. e minha vida parou. naquele instante, congelada no ponteiro do relógio do meu quarto, da tela do meu computador, do mundo.
e eu morri por alguns dias, no mesmo instante em que "nós dois" deixou de existir.
eramos agora eu e você. singulares. o nosso verbo nunca mais seria conjugado no plural.
seriamos agora individuais.
seguindo cada um pelo seu caminho. o mesmo que o destino fez questão de traçar.
o meu caminho? ele existia sem você? naquele instante eu duvidava. naquele instante eu duvidava até de que sobreviveria a tragédia do nosso fim. naquele instante eu não era mais eu. ainda eramos "nós dois" pensando em concordância, baseado nas lembranças que restaram. uma era antes e depois nós.
naquele instante eu não tinha mais ânimo pra continuar, enquanto seu caminho já estava claro, bem definido por outras mãos que o iria guiar para o seu sucesso. era eu, apenas. apenas eu tentando esquecer, tentando obter alguma solução óbvia que me desse razão pra dar o primeiro passo.
porém, por mais claro que estivesse, eu não conseguia seguir.
havia em mim a esperança de que voltassemos a vida.
eu queria tentar ressuscitar-nos como um paciente no leito de morte, dando cargas pesadas e mais pesadas de uma corrente elétrica tão poderosa quanto o amor que ainda sentia. e eu tentei. mas não consegui. não dependia mais de mim, nem de você. não estava mais em nossas mãos.
o destino havia nos mostrado a sua verdadeira face e a supremacia absoluta do seu poder.
quem de nós seria capaz de contestá-lo mais uma vez?
desistimos e nos entregamos, então.
fechamos os olhos para nós. morremos e hoje estamos lá, mortos, decompondo no cemitério dos amores que não deram certo.

P.S. ninguém jamais me fará tão feliz, como um dia você me fez. meu anjo.

seguro em mim as lágrimas e grito no meu interior: eu te amo, não me esqueça.

Enviar para o Twitter

domingo, 22 de julho de 2012

a decisão de uma vida perfeita:

eu era feliz sem você, mas queria ter alguém pra preencher um suposto vazio que me incomodava. te encontrei, então. e estava supostamente feliz. felicidade? mentira. desejava a todo momento ser quem eu era, antes da tal fatalidade (ter te encontrado)

os prejuízos foram notórios.
... as minhas lágrimas idem.
o meu sorriso? inexistente.
a minha felicidade? desconhecia seu endereço.

eis que a noção tomou conta da minha "noção" das coisas.

eu te perdi? nunca. nem pense nisso. não ouse se colocar nessa posição de vantagem sobre mim. você não tem, nem nunca teve tal direito. que fique bem claro: se dependesse de mim, ainda estáriamos juntos. o único, porém, é que eu não estava mais disposto a viver uma vida dependente. dependente do seu humor, do seu sorriso, das suas vontades. do seu eu. então eu determinei, mas não houve erro de cálculo, acertei. determinei o fim. agi de modo claro, que evidenciasse a minha clara vontade.

foi exatamente assim.
eu não te queria mais.
já deixei claro. quisesse eu, ainda estariamos juntos, tá?
mas deixo um recado pra quem quis continuar com você:
todos os prós e contras dessa tal pessoa, eu conheço e reconheço. todos os seus truques, desejos, vontades. o seu beijo, o seu toque, feito aquela música baixa: "já comi, já peguei". reconheço de longe. se fosse tão bom assim, teria sido mais forte do que a vontade e a decisão que eu tomei de me afastar.

"existe vida fora do seu casulo"
é dela que eu me alimento.
Enviar para o Twitter

quinta-feira, 19 de julho de 2012

talvez...

talvez o amor seja limitado como uma escala de zero a cem.

não suporta tudo, atura, tolera, banca, resiste, aguenta.

tudo bem. amor, na maioria dos casos sobrevive, carrega cruzes e sucumbe a aceitação. ora, amor é amor. diriam aqueles que discordam. nada mais resistente aos obstáculos que ele, o amor. talvez divino, talvez eterno, talvez lúdico, talvez tudo, talvez forte? talvez. talvez doença? talvez... ah, a dúvida. talvez amor seja algo bom. né? talvez. talvez capaz de tudo, contra todos? talvez. quem sabe? mas vale a pena? amor? amar?

sofrer, sinônimo de amor?

errado eu? amargo eu? sofrido eu?

talvez, talvez não.

talvez exista outra faceta de amor, cuja minha existência desconheça? ah, a dúvida. talvez. talvez.

talvez do amor eu só conheça muitos “talvezes”

certezas? desconheço.

errado eu? amargo eu? sofrido eu?

resta apenas pra mim, conhecer o seu lado bom. talvez, quem sabe?
Enviar para o Twitter

domingo, 8 de julho de 2012

foi assim...

egoismo maior meu foi causar sofrimento e pedir um sorriso em troca;
me poupar da dor da culpa, deixando pra você a tarefa de não me fazer sentir assim.

talvez, eu esteja me tornando frio, capaz de pensar somente em mim. porque toda vez que tentei me importar com você, não tivesse esse retorno.

eu não me sinto culpado, não me arrependo de nada.
me importar apenas comigo talvez seja um defeito bom, algo que irá me poupar de sofrer na esperança de que mais alguém além de mim se importe.

[...] eu não queria me tornar isso, desculpa.


Enviar para o Twitter

sábado, 7 de julho de 2012

a dor do perdão

e o perdão veio como um soco, quebrando os meus dentes, arrancando o meu sorriso;

devastando qualquer fio de esperança que possa haver dentro de mim,  me levando ao caos interior, fazendo-me um zumbi vivo.

eu não queria boa parte das consequências dos atos que cometi. nem queria te ver sofrer, nem me ver sofrer. ninguém. eu queria que todos estivessem felizes como num livro infantil, aonde tudo é perfeitamente feito pra que continue havendo nas crianças, pobres inocentes, embora felizes, a esperança de um final feliz. e a felicidade era possível. não como um arco-íris, intocável, que apenas serve pra ser visto, admirado. era possível no sentido de que podíamos ter evitado boa parte do desastre. evitando não só a sua dor, nem aquela dor, nem a minha dor.

a diferença nisso tudo, é que, agora, a dor existe e parece impossível de disfarçar. não há maquiagem para isso, não existe a possibilidade de esconder a feiura dessa ferida. nem das nossas d ores.

eu tentei evitar.
você não quis me ouvir.
eu cometi  um erro, achando que estava acertando, porque todo meu esforço para o bem sempre acaba causando uma confusão de coisas.
eu pedi perdão... e... você aceitou, mas, agora, nada voltará a ser como era.
somos agora, pessoa machucadas, com feridas profundas, que talvez só o tempo seja capaz de cicatrizá-las.

a você o meu perdão.
Enviar para o Twitter

quinta-feira, 5 de julho de 2012

a carta do fim.

ele se proclama, devasta nossos corações e nos dá esperança de um recomeço.
partindo- me ao meio, como uma peça de vidro que cai sobre o chão, ele, por minha culpa ou não, chega. enchendo-me de mágoa, levando-me ao terror mais descritível, convertendo luz em trevas, felicidade em tristeza. certeza em arrependimento e convicção em culpa.
ter o poder da decisão nem sempre é bom.  poder mudar o rumo das coisas, o mesmo. vez ou outra  é até  uma  benção, mas,  toda, ou qualquer fortaleza que possa haver no meu interior se esvai, quando as minhas decisões tem a força  de me fazer ver alguém chorar e o poder de perder outro alguém que eu amo pra sempre, então, toda essa força foge de mim como uma criança que foge do seu medo maior. me deixando fraco, vulnerável e desprotegido.
nesse momento,  eu tenho plena certeza de que não tomei a decisão errada, mas me convencer de que a culpa não foi minha, é se não, a pior das dores que estou sentindo nesse momento.
eu sei que não tive culpa, mas também sei que nem todo mundo pensa como eu. me sentir como o vilão da novela das nove não é, nem de longe, a melhor sensação que já tive. aquele a quem todos odeiam,  repudiam, não se importam, ou até se divertem com as suas maldades (algo que tenho certeza que não tenho dentro de mim), mas que no fim de tudo, tem os seus motivos, suas razões. me olhe nos olhos que você verá. sinta o meu coração batendo e saiba que eu também sou humano. antes mesmo de pensar nas consequências de fazer outra pessoa sofrer como eu, eu ponderei os prós e contras. sabia que não seria fácil, mas também não estava sendo fácil pra mim. e aí? 
tentaram me fazer evitar tomar as minhas decisões, no intuito de poupar o sofrimento de quem também sairia  prejudicado, não digo mais prejudicado, porque eu também estava me sentindo mal, muito antes mesmo de pensar  um dia em fazer o que fiz. mas porque ninguém intercedeu por mim? seria eu, alguém visto como: aquele capaz de suportar toda e qualquer dor? ou, apenas não importo tanto assim, a ponto de tentarem lutar pela minha felicidade. não sei, mas eu  precisava colocar tudo pra fora e dizer: eu também sou humano.
por que você não fez o que eu pedi? por que você não me poupou do sofrimento de ver você dando, em dobro, o carinho que você me deu  pra outra pessoa? e por que, se você queria continuar comigo, você não tentou  evitar a mágoa que agora estou sentindo?
respostas que eu nunca terei.
então, ele chega. eu digo. e repito: ele se proclama, devasta nossos corações e nos dá esperança de um recomeço. ele é o fim. ponto.

   
Enviar para o Twitter

quarta-feira, 4 de julho de 2012

virar pó

o fim de tudo se manifesta quando nem esperamos.


pois é, parece que o teto inteiro está  desabando sobre a minha cabeça e eu não tenho nem a capacidade de reagir, nem mesmo uma reação de desespero ou choro. nem um grito, apenas apatia e medo.


queria sumir, virar pó, tão fino, que no primeiro sopro, voaria pra bem longe.


acho que resolveria, acho...
Enviar para o Twitter

domingo, 1 de julho de 2012

minha prova de amor

a diferença entre ser feliz e estar ao seu lado inexiste.


"eu  queria que você sumisse, evaporasse, morresse!" mentira!
quando digo: eu não te amo mais. também estou mentindo e quando digo que você não me faz bem, estou sendo mais hipócrita ainda. com você, sem você, sou duas pessoas. respectivamente: radiante e infeliz. vivendo entre a dependência da sua existência. porque, se algum dia você deixar de existir, com certeza, como um resultado que muda o outro, eu também deixarei (de existir).


do que valeria viver uma vida sem o seu sorriso, ou as suas birras, ou a  história de nós dois?
eu pensei: jamais amarei alguém assim como amei outra lá... eu errei. havia você, ainda. capaz de me provar que qualquer outra forma de amor é  pequena perto do que você me faz sentir. você é especial, eu disse. e você respondeu: eu sou  uma pessoa idiota! e eu retruquei:  que tipo de idiota faz alguém se apaixonar assim, sendo capaz de abrir mãe de todo seu orgulho apenas pra te ver feliz?

[...] minha prova de amor...
Enviar para o Twitter

Você é o visitante n°

Copia e cola no teu site ou blog...

Parceiros?