31 de março de 2014.
Então, aqui estou novamente, numa das minhas jornadas, literariamente, produtivas, com um único objetivo: conversar comigo, no meu dia; aniversário.
É difícil de convencer, principalmente diante de toda essa logística que a data representa, mas aniversário, pra mim, hoje não é algo de grande relevância, como pra maioria é. Longe de grandes comemorações, sorrisos, felicitações, agora, nesse momento, deixando de lado o meu racional, vejo que hoje não deve ser o dia para comemorar o dia em que nasci e sim comemorar o fato de que ainda estou vivo, mesmo com todos os acontecimentos que se desdobraram desde o meu último apagar de velas.
Eu não estou sendo, nem serei linear nas minhas palavras, pois não foi assim que aprendi a ser eu, com o meu modo de ser estranho, com a minha complexidade evidente e com o meu modo intenso de escrever o que sinto. E, nesse momento, sentindo as palavras brigando em minha mente, lembro muitos dos momentos que vivi, em que ela, a escrita, foi a minha companheira, como naquele dia, na minha inocência, em que sozinho enfrentei a minha primeira quimioterapia, evidentemente animado com tudo aquilo e com a certeza de que tudo não passava de outra experiência de curta duração, e os meus dedos percorriam aquele teclado loucamente, fazendo a minha mente esquecer de toda a tensão do momento. Eu escrevi um livro naquele hospital, eu descrevi cada sentimento meu, cada medo, cada felicidade e por aqueles momentos eu nem lembrava que estar ali era motivo de estar triste.
Eu aprendi a ser feliz mesmo com vários motivos dizendo na minha cara que eu estava contrariando a lógica. Eu aprendi a ser só e que nem por isso deveria ser menos forte, pois por mais apoio e palavras que tivesse, fui eu só que enfrentei tudo aquilo... e eu tive motivos pra me sentir triste...
Por isso, por hoje eu me sinto no direito de pedir que julguem menos as minhas atitudes. E feliz meu aniversário!!!
Coisas que me marcaram a minha vida no último ano:
* lançar o meu primeiro livro.
* mudar de curso na universidade.
* deixar de ser gordo.
* ver companheiros de quimioterapia morrerem um a um.
* ter conquistado amizades novas e maravilhosas.
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